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Pacientes denunciam irregularidades no serviço de hemodiálise em Venda Nova

2 de julho de 2025
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Assunto: 
SAÚDE PÚBLICA

imagem dos presentes em audiência pública da câmara de bh
Foto: Cristina Medeiros/CMBH

Pacientes renais do Hospital Evangélico de Belo Horizonte apresentaram uma série de reivindicações sobre a qualidade do atendimento prestado no Centro de Nefrologia de Venda Nova, única unidade integrante do Sistema Único de Saúde (SUS) que presta o serviço de diálise na região Norte de BH. Audiência pública realizada pela Comissão de Saúde e Saneamento na tarde desta quarta-feira (2/7) reuniu parlamentares, pacientes do Hospital Evangélico, gestores e trabalhadores da instituição. Solicitante do encontro, Loíde Gonçalves (MDB) disse ter recebido manifestações de usuários sobre a necessidade de melhorias tanto na estrutura física da unidade quanto no acolhimento dos usuários, e na “garantia de protocolos seguros e eficazes” para a realização de hemodiálises. Ela e os demais parlamentares presentes lamentaram a ausência de um representante da Prefeitura de Belo Horizonte que pudesse responder às demandas apresentadas pelos pacientes e pela gestão do hospital. Os vereadores propuseram a marcação de uma reunião com o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, a fim de pleitear recursos que garantiriam a efetivação de melhorias. O centro de Venda Nova é a única opção de serviço de diálise para moradores de seis cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte: Ribeirão das Neves, Santa Luiza, Vespasiano, Matozinhos, Lagoa Santa e São José da Lapa.

Irregularidades

Loíde Gonçalves abriu o debate dizendo que a intenção não era “encontrar culpados”, mas abrir espaço para o diálogo e “escuta ativa” de pacientes e seus familiares junto aos profissionais e gestores do Hospital Evangélico. Para a parlamentar, a hemodiálise não é apenas um procedimento técnico, mas uma “rotina muito exaustiva”, que impacta profundamente tanto o físico quanto o emocional de pacientes e seus familiares. Sendo assim, falhas na prestação do serviço não podem ser vistas como algo pontual ou isolado. 

“Estamos aqui hoje não por escolha, mas por necessidade e preocupação”, disse Marco Antônio da Silva, vice-presidente da Associação Metropolitana de Assistência ao Paciente (Amap). Ele contou que eles têm enfrentado problemas “graves e recorrentes” durante seu atendimento na unidade, razão pela qual formalizaram, em fevereiro deste ano, uma notificação extrajudicial à Associação Evangélica Beneficente de Minas Gerais, gestora da unidade de saúde. Na notificação, foram listadas irregularidades tais como o desrespeito a protocolos de atendimento, desassistência prolongada de profissionais, infraestrutura precária do espaço e do mobiliário, além de “falhas gravíssimas” de limpeza. Em relação a essas foram citadas pelo vice-presidente da Amap a falta de assepsia do salão de hemodiálise; o descumprimento de protocolos de higiene por parte dos profissionais, como troca de luvas e uniformes; e o descarte inadequado de materiais perfuro-cortantes.

“Apesar da notificação extrajudicial enviada há meses, muitos desses problemas persistem. A vida dos pacientes renais é frágil, não permite falhas. Cada uma dessas irregularidades representa um risco iminente para a saúde e o bem-estar”, afirmou Marco Antônio.

O representante da associação de pacientes renais pediu à Comissão de Saúde e Saneamento que acompanhasse e fiscalizasse “de perto” a implementação de medidas corretivas por parte do Hospital Evangélico. Segundo suas palavras, soluções que proporcionassem, de fato aos pacientes, um ambiente seguro, com infraestrutura adequada, equipamentos limpos e insumos de qualidade.

Felipe Amaral de Souza, também integrante da Associação e paciente da clínica de Venda Nova desde 2016, relatou que notou perda de qualidade do serviço na unidade após o fim da pandemia, situação que teria se agravado com a ampliação do serviço. Para ele, o Hospital Evangélico teria “perdido o controle” sobre a demanda de novos pacientes, bem como sobre a gestão de seus recursos humanos. Profissionais de saúde experientes teriam dado lugar a novos funcionários, que não estariam recebendo a devida qualificação técnica da instituição. “Esses protocolos acabaram sendo quebrados. E tudo isso coloca a nossa vida em risco”, completou Felipe.

Medidas em andamento

Responsável técnica pelo Centro de Nefrologia de Venda Nova, a médica Renata Starling afirmou que a situação da diálise no país “é crítica”, citando as filas de espera pela realização do procedimento e seu subfinanciamento pelo SUS. “O valor pago por sessão não cobre o valor gasto”, afirmou ela. De acordo com Renata, o Hospital Evangélico tem estado em contato com as associações de pacientes desde 2023, realizando reuniões mensais para identificar as fragilidades e ajustar processos para melhoria da prestação do serviço. Segundo a representante do Hospital, a unidade tem “trabalhando em várias frentes” de aprimoramento dos processos e de treinamento de sua equipe de enfermagem. As taxas de infecção, hospitalização e óbitos estariam abaixo da média da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e das referências da Sociedade Brasileira de Medicina, o que demonstraria, segundo ela, a eficácia das ações. “O objetivo é melhorar cada dia mais”, completou ela. 

Em relação às reivindicações feitas pela associação de paciente, citadas por seu vice-presidente, Marco Antônio da Silva, Renata Starling afirmou que “diversas medidas” já foram adotadas e várias das reivindicações já teriam sido plenamente solucionadas. “Outras estão mesmo em andamento, precisam de mais tempo para serem executadas”, disse. A capacitação contínua das equipes assistenciais, a realização de auditorias internas nos salões de hemodiálise e a adequação dos protocolos baseados nas legislações vigentes foram citadas por ela como algumas das “boas práticas” implantadas pela unidade.

“[Sobre] todos esses apontamentos e reivindicações, a gente está trabalhando, a gente está ouvindo ativamente os pacientes e traçando planos de ação para melhorias contínuas”, disse.

Financiamento da nefrologia

Perseu Verçosa, superintendente executivo do Hospital Evangélico, pediu apoio dos parlamentares da Câmara Municipal para sensibilizar os “grandes governantes, principalmente do estado de Minas Gerais” para um cofinanciamento da nefrologia. Segundo ele, a nefrologia é uma especialidade que está “esquecida” pelos governantes, e o hospital “vive na ponta do lápis para poder fechar as contas”. Perseu contou que, atualmente, a tabela SUS remunera em R$ 240 cada sessão de hemodiálise, quando o custo da unidade é de R$ 310. “Trabalhamos para cobrir prejuízos, mantendo a qualidade”, afirmou ele, complementando que “falta dinheiro” para promover todas as melhorias que o hospital demanda.

Falta de respostas da PBH

Os parlamentares presentes na audiência lamentaram por diversas vezes a ausência de um representante da Prefeitura de Belo Horizonte que pudesse responder às demandas apresentadas pelos pacientes e os pontos levantados pelo Hospital Evangélico. Única “voz” do Executivo municipal no debate, Marcela Nunes Pimenta, gerente-adjunta da Regulação de Acesso Hospitalar da Secretaria Municipal de Saúde, disse que faria os “encaminhamentos às áreas competentes”. O acompanhamento da qualidade do serviço e a gestão do contrato entre a Prefeitura de Belo Horizonte e o Hospital não estariam na alçada de sua gerência. Em relação a essa, ela disse que a Prefeitura de Belo Horizonte vinha acompanhando e atuando em prol do pleito da instituição pela habilitação em angioplastia junto ao Estado e ao Governo Federal.

Reunião com o Governo de Minas

Para Flávia Borja (DC), o relatório apresentado pelo Hospital Evangélico na audiência pública demonstrou que vários dos pontos reivindicados pelos pacientes já têm medidas em processo para sua solução. “O que eu percebo é que nós estamos no caminho de solução de problemas”, acredita ela. Loíde Gonçalves pediu aos representantes do Hospital que formalizassem junto à Comissão de Saúde e Saneamento o andamento das reivindicações e pontos de melhoria ainda sem solução. As parlamentares fizeram menção à destinação de recursos via emendas parlamentares, e Flávia Borja propôs uma “campanha” para incentivar os demais vereadores, sugestão apoiada por Loíde Gonçalves.

Helinho da Farmácia (PSD) propôs o agendamento de uma reunião com o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, com a presença dos representantes do Hospital Evangélico, a fim de pleitear mais “recursos” para a unidade. A habilitação da unidade para a realização de angioplastias também foi destacada por Flávia Borja como demanda e ser cobrada do Governo de Minas. 

Helinho sugeriu ainda a realização de uma visita técnica da Comissão de Saúde e Saneamento ao hospital a fim de qualificar a atuação dos parlamentares na proposição de soluções e ouvir os pacientes “que estão pedindo socorro”, disse.

Superintendência de Comunicação Institucional

Tópicos: 
Comissão de Saúde e Saneamento
Flávia Borja
Helinho da Farmácia
Loíde Gonçalves
Data publicação: 
quarta-feira, 2 Julho, 2025 – 18:45
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Assuntos Câmara Municipal de Belo Horizonte
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